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Nosso adeus ao Padre Prata



De um modo ou de outro, todos conhecíamos o Pe. Prata. Os padres com um pouco mais de idade podem se gabar de se lembrarem dele ainda na ativa, os mais jovens talvez até tivessem tido a oportunidade de tê-lo tido como professor. Toda uma geração de uberabenses o conheciam de uma época em que éramos uma cidade menor e mais calorosa, onde batizados, casamentos e missas de sétimo dia eram ocasiões de verdadeira efervescência comunitária. Alguns talvez o conhecessem mais intimamente das letras que ele religiosamente compartilhava com seus leitores semanalmente. Não me esqueço da melancolia daquele artigo por ele escrito quando nossa querida Terezinha Hueb, cujos artigos eram sempre publicados ao lado dos seus, se foi. Agora que ele se junto à sua companheira de letras, somos nós que ficamos órfãos por inteiro de seus pensamentos, angústias, sonhos e causos.

Ouvimos recentemente no Evangelho de João que julgamos conforme aquilo que escutamos (Jo 5, 30). Ora, vale lembrar as histórias de resistência que escutávamos nos contar o Pe. Prata sobre aquele sombrio período ditatorial da história de nosso país que alguns tolos de nosso tempo insistem em querer reviver. Ou como havia se convencido mais recentemente que a liturgia eucarística deveria ser toda ela rezada trocando os "tus" e "vós" pelos "vocês" que usamos no dia a dia, tornando nossas orações mais próximas de nós mesmos e consequentemente de Deus.

Algo que ele me disse, como despedida após um café cheio de prosa na casa de Pe. Manoel, amigo nosso, mostra bem a índole deste homem que sonhava com uma Igreja um pouco diferente: "seja simples como o povo de Deus é simples, não seja um padre pavão!". Neste dia em que ele se despede de nós, antecipando sua Páscoa à nossa, deixa sua memória eternizada na história da Igreja e da cidade de Uberaba; história que ele viveu, sonhou, escreveu e agora passa a inspirar.


Sem. Vitor Lacerda

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